Crea pede atenção com construção de bairro em Guaratiba



Órgão indicou que área, por estar localizada em terreno de mangue, é sujeita a alagamentos

AURÉLIO GIMENEZ
     Rio - O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ), por meio de nota, manifestou preocupação quanto aos riscos de construção de um bairro popular no terreno do Campo da Fé, em Guaratiba. Nesta terça-feira, no Diário Oficial do município, o prefeito Eduardo Paes publicou decreto declarando a área de interesse social para fins de desapropriação, por via judicial. 
      Em boa parte dos argumentos, nada técnicos, Paes justifica a medida como um legado da Jornada Mundial da Juventude para a população carioca; para registrar a JNJ na memória da cidade; a necessidade de homenagear o Papa Francisco; os investimentos ali realizados; e, por fim, que o bairro tem infraestrutura deficiente e população vivendo em habitações precárias e subnormais.
     Para o Crea-RJ, o terreno é localizado em área de mangue, sujeito a alagamentos, caso não seja suficientemente estruturado para receber qualquer tipo de construção. “Há que se ter um projeto estrutural, um projeto executivo e avaliar bem os custos, para ver se o investimento compensa os riscos futuros”, informa a nota.



Com a chuva desde o início da semana, a área destinada ao público no Campus Fidei ficou cheia de lama: falta de planejamento e desorganização
Foto:  Uanderson Fernandes / Agência O Dia

     Presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio (CAU-R), Sydnei Menezes também questiona o possível alto custo de implantação de um conjunto habitacional no local. “Construir casas é louvável e merece nosso apoio. Porém, é necessário adotar um método construtivo que leve em consideração a fragilidade daquele solo, o que pode encarecer muito o projeto”, explica Menezes. Nesta quarta, Paes discute o projeto com técnicos do Ministério Público e do Instituto de Arquitetos do Brasil

Auditoria vai levantar custos milionários da Jornada

     A Arquidiocese do Rio abriu auditoria para levantar os custos da Jornada Mundial da Juventude. Até a conclusão dos trabalhos, o arcebispo Dom Orani Tempesta não falará sobre as cifras na realização do evento católico, que reuniu 3,2 milhões de fiéis na missa de encerramento em Copacabana. De acordo com balanços, os visitantes injetaram R$ 1,8 bilhão na cidade. Foram 427 mil peregrinos inscritos.
     “Nunca houve tantas mudanças em uma Jornada. Até de Papa nós mudamos”, disse o arcebispo, que atribuiu as mudanças a ações divinas. “Vimos Deus agir. Foi muito além do que planejamos”, elogiou. Para ele, as falhas na organização ficaram em segundo plano diante do sucesso da JMJ. 
Países com maior participação foram Brasil, Argentina e EUA. Entre os estrangeiros, 72,7% estiveram no Rio pela primeira vez e 86,9% nunca haviam estado numa Jornada.




O palco do Campus Fidei, em Guaratiba, onde os eventos finais da Jornada foram cancelados por causa da chuva
Foto:  Carlos Moraes / Agência O Dia



Varginha já direciona verba do Papa 


     Os 20 mil euros (cerca de R$ 60 mil) que o Papa Francisco doou à comunidade de Varginha, em Manguinhos, já têm destino certo: serão usados na construção de um salão sobre a Capela São Jerônimo Emiliano. O espaço terá capacidade para 100 pessoas e deverá ser destinado a cursos profissionalizantes e atividades de saúde e de educação. “Isso ainda será discutido com o Conselho Paroquial, mas esse sempre foi o desejo de todos”, adiantou o padre Márcio Queiroz, pároco da capela. De acordo com o sacerdote, os fiéis já estavam decididos a juntar dinheiro para a construção do salão: “A ajuda do Papa foi providencial, pois tínhamos acabado de quitar dívidas com a reforma da capela, que durou dois anos”.


FONTE: O DIA ON LINE

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